Inovações Culturais Cool: Como registar e analisar sinais (Gomes, 2021) #essay

// Inovações Culturais Cool: Como registar e analisar sinais.
30-07-2021, Nelson Pinheiro Gomes.

 

O registo e a análise de objetos com características Cool tem sido de crescente atenção, pois é um exercício pedagógico e científico que exige um processo replicável. O objetivo passa por compreender objetos com características diferenciadoras que funcionam como algo cool e como inovações culturais em simultâneo [1; 2] num contexto conteptual-metodológico específico [3; 4] . Partimos desta noção de inovações culturais cool (numa articulação tornada possível por 1; 2) para sublinhar o processo de registo e análise desenvolvido por Gomes e Cantú [1] com base em contributos dos Estudos de Tendências [5; 6] e da Estratégia/Branding Cultural [3; 7], em articulação com referências da semiótica [8; 9] e do marketing tribal [10].

Neste sentido, o processo desenhado por Gomes e Cantú [1, p. 472-474] pressupõe 9 passos, nem todos obrigatórios:

1. Apresentação do título, das fontes e demais elementos representativos (visuais) do objeto que permitam clara identificação do mesmo e uma nova pesquisa por parte do leitor .

2. Descrição das principais características do objeto e do seu contexto, pelo que importa deixar claro quais são os traços, as funcionalidades, o contexto de produção, de consumo e de utilização, entre outros elementos definidores.

3. Numa perspetiva semiótica (ou da semiose) é necessário executar uma análise denotativa e conotativa do objeto e da sua comunicação. Num segundo nível, partimos para a potencial identificação de um mito impresso no objeto.

4. Entrevista, Inquéritos e Grupos de Foco (opcional) podem ajudar a articular diferentes leituras sobre o objeto.

5. Análise do ADN cool, ou seja, rever as características definidoras do conceito de “cool” no objeto.

6. Num contexto de estilos de vida e tribos urbanas, importa identificar elementos/ interesses/ paixões nestas comunidades que apontem para elos de ligação.

7. Identificar a fórmula cultural e a inovação que estão por trás da construção e da comunicação do objeto – os elementos escolhidos e o código que os articula.

8.  Com base nos pontos anteriores, identificar os insights estratégicos que se retiram com base no que está por trás do objeto.

9. Identificar as ligações do objeto com tendências socioculturais já identificadas.

Fica assim traçado o mapa do registo e da análise de objetos que funcionam como inovações culturais cool.

Referências:

[1] Gomes, Nelson P. e William A. Cantú (2021). “Cultural Mediations Between Branding and Lifestyles: A Case Study Based Model for the Articulation of Cultural Strategies and Urban Tribes” in R. Goonetilleke et al. (eds.) Advances in Physical, Social & Occupational Ergonomics. Switzerland: Springer.[2] Gomes, Nelson P., Clarissa Alves Lopes, William A. Cantú, Gilbertto Prado (2021). “Análise Estratégica de Tendências Socioculturais: uma triangulação de métodos científicos” in DAT Journal, v.6, nº1, 213-228.[3] Holt, D., Cameron, D. (2010): Cultural Strategy – Using Innovative Ideologies to Build Breakthrough Brands. Oxford: Oxford Press.[4] Dragt, E. (2017). How to Research Trends. BIS Publishers, Amsterdam.[5] Dragt, E. (2018). How to Research Trends: Workbook. BIS Publishers, Amsterdam.[6] Rohde, C. (2011). “Serious Trendwatching”. Fontys University of Applied Sciences and Science of the Time, Tilburg.[7] Holt, D. (2004). How Brands Become Icons: The Principles of Cultural Branding. Harvard Business School Press, Boston.[8] Barthes, R. (1986). Elements of Semiology. Hill and Wand, New York.[9] Barthes, R.(1991). Mythologies. Noonday, New York.[10] Cova,B., Cova,V.(2002). “Tribal Marketing: The tribalization of society and its impact on the conduct of marketing” in Eur. J. Mark., 36(5/6), 595–620.

 

 

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